O número de mortes causadas pelo novo coronavírus na Itália ultrapassou nesta quinta-feira (19) o total de vítimas na China pela Covid-19.
Segundo balanço das autoridades italianas divulgado pela agência Reuters, a Itália registrou 3.405 mortes pelo novo coronavírus. Na China — considerando todo o país — o total de vítimas é de 3.245.
Ainda segundo autoridades italianas, o país europeu registrou 427 mortes somente em um dia. É um número levemente menor do que as 475 vítimas registradas na véspera. No total de casos da doença, a Itália tem 41.035, uma alta de 14,9% em apenas um dia.
Para conter a disseminação do novo coronavírus, o governo da Itália impôs restrições na circulação em todo o país. Italianos não devem sair de casa, a não ser em caso de extrema necessidade — na maioria dos casos, é preciso levar uma declaração de punho próprio para apresentar às autoridades, em caso de abordagem.
Exército retira corpos
A Itália ordenou ao exército que retire corpos de uma cidade do norte do país que está no centro do surto de coronavírus onde os serviços funerários estão sobrecarregados, e o governo se prepara para prolongar medidas de interdição de emergência em todo o país.
Vídeos feitos por moradores de Bergamo, a nordeste de Milão, e exibidos no site do jornal local “Eco di Bergamo” mostraram uma longa fila de caminhões militares atravessando as estradas de madrugada e retirando caixões de um cemitério da cidade.
Um porta-voz do Exército confirmou nesta quinta-feira (19) que 15 caminhões e 50 soldados foram mobilizados para transferir corpos para províncias vizinhas. Mais cedo, autoridades de Bergamo haviam pedido ajuda com cremações por causa da sobrecarga em seu crematório.
A China anunciou nesta quinta-feira (19) que nas últimas 24 horas não registrou qualquer novo caso de Covid-19, mas verificou 34 casos de infectados que vieram do exterior. Trata-se da primeira jornada sem casos locais de contaminação desde que as autoridades locais definiram, em janeiro, os critérios de contagem.
Foto: Sergio Agazzi/Fotogramma /via Reuters