Assim como existe nepotismo cruzado na política, pode ter troca de favores no futebol? FPF e FGF que expliquem

Por Pettronio Torres

Na política existe o nepotismo cruzado, onde os políticos em comum acordo empregam seus parentes em governos aliados e retribuem na mesma moeda o “favor”. Pois bem, a rodada final da fase classificatória da Série C do Campeonato Brasileiro sugeriu este ato de troca de favores. No sábado, em Campina Grande, um trio gaúcho formado por Leandro Pedro Vuaden, Jorge Eduardo Bernardi e José Eduardo Calza comandou a partida pra lá de polêmica.

Com dois pênaltis favoráveis ao Galo e um gol mal anulado em favor dor Belo, o placar final em 2 a 2 garantiu a permanência do Treze na Série C de 2020 e eliminou o Botafogo da fase mata mata.

Com dois times na Série C, a Federação Paraibana de Futebol mantém mais recursos financeiros em seus cofres na próxima temporada. Caso o Treze perdesse e fosse rebaixado, a FPF teria repasses diminuídos pela CBF.

E ai , leitor, você deve estar se perguntando onde entra a suposta troca de favores. Lá no Rio Grande do Sul, na gelada Serra Gaúcha, também clássico local, assim como aqui na Paraíba, até aos 44 minutos do segundo tempo o Ypiranga estava sendo eliminado pelo Juventude, adversário que já estava classificado. Mas eis que é marcado um pênalti pra lá de duvidoso e polêmico. E o trio, advinha de onde era! Bingo. Paraíba, sim senhor. Wagner Reway foi o “prestigiado” que apitou o embate gaúcho. Final de jogo, vitória e classificação do Ypiranga por 1 a 0, no apagar das luzes, como diziam os cronistas sexagenários. Além dele, mais outros dois gaúchos: São José e o próprio Juventude, garantiram, vaga no mata mata.

Na próxima série B, o Rio Grande do Sul pode ter esses três clubes, o que significará mais recursos na conta da Federação Gaúcha. E não será só dinheiro. O sonho em ter mais representantes na série A, e não se resumir apenas a Grêmio e Internacional de Porto Alegre, não é de hoje. Mais representantes nas principais séries do futebol nacional significa ter peso diferenciado na eleição para escolha da presidência da CBF. O sonho de Francisco Novelletto, presidente da FGF há 16 anos, é comandar a Conmebol em 2025. E a CBF seria o trampolim para a realização deste objetivo do homem de ferro do futebol gaúcho.

Nem que para isso tenha que cruzar favores.

Confira o gol anulado pelo árbitro gaúcho e o pênalti marcado pelo paraibano que garantiram três gaúchos no mata mata e mais um paraibano na série C

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