Plano de Mobilidade de JP: Bom, bacana, mas em fim de gestão

O prefeito de João Pessoa, Luciano Cartaxo, apresentou, na manhã desta segunda-feira (5), o Plano de Mobilidade Urbana de João Pessoa (Planmob), um amplo estudo que orienta todos os investimentos e ações pelos próximos anos. O documento é um grande avanço da atual gestão da Prefeitura Municipal de João Pessoa (PMJP), que deixa um legado para o futuro projetando a mobilidade urbana até 2038 e pensando não apenas na Capital, mas também na relação com as outras cidades da Região Metropolitana. Como primeira ação efetiva pós-lançamento do Planmob, a PMJP lança, nesta terça-feira (6) o projeto Conexão Bairro, com a primeira linha que interliga bairros próximos no valor de R$ 2.

“Lançamos o Plano de Mobilidade Urbana, construído a partir de audiências públicas, workshops, reuniões setoriais e, principalmente, com uma pesquisa onde ouvimos mais de 50 mil pessoas da Região Metropolitana para preparar este documento que planeja ações importantes pelos próximos anos na nossa cidade. E já temos resultados práticos a partir dos nossos investimentos em calçadas padronizadas e acessíveis, novas ciclovias que implantamos e dos programas Ação Asfalto e Mais Pavimentação, além do projeto Conexão Bairro que iniciaremos nesta terça”, afirmou o prefeito Luciano Cartaxo.

O Plano de Mobilidade Urbana será encaminhado à Câmara Municipal de João Pessoa (CMJP) e deverá se tornar lei. Ele vai proporcionar melhoria nas condições urbanas em acessibilidade e mobilidade, reduzindo desigualdades e promovendo a inclusão, vai diminuir as necessidade de longas viagens, proporcionando deslocamentos mais eficientes e vai promover melhorias nas condições ambientais da cidade, com a diminuição da poluição atmosférica, visual e sonora.

Conexão Bairro – O Conexão Bairro, projeto que pretende interligar bairros próximos em que exista atração de viagens de curta distância, terá início com a linha piloto C001, que vai conectar os bairros do Grotão e Colinas do Sul. A partir das 6h da manhã, os ônibus identificados visualmente com o nome do projeto, vão partir do Terminal 102, voltando do Terminal 116. No percurso vão passar ainda pelo Gervásio Maia, Colinas do Sul e Irmã Dulce. A passagem também será diferenciada, custando apenas R$ 2.

Planejamento – De acordo com o Planmob, até 2038 todos os bairros da Capital deverão ter pelo menos 85% de calçadas acessíveis. Com isso, pretende-se incentivar o uso do transporte ativo para a mobilidade de proximidade, garantindo mais eficiência e conforto para pedestres, com total acessibilidade. Já no caso dos ciclistas, o Plano foca na ampliação e conexão da malha cicloviária e também na sua interligação com outros modais. A proposta é que a cidade chegue a uma malha para ciclistas de 221,5 km de extensão até 2038. Com os investimentos da atual gestão, a Capital já tem 86 km de ciclovias e ciclofaixas e deve chegar a 110km até o final deste ano.

O Plano para o transporte público prevê um serviço com mais conforto, segurança, acessibilidade e eficiência, com integração com os demais modais, uma melhor organização das linhas e o uso de energias renováveis. Entre as propostas estruturais estão a implantação de oito novos trechos de faixa exclusiva e de seis grandes corredores de ônibus, incluindo a BR-230, que passaria a funcionar como uma via urbana. Para escoar a demanda externa da BR, o Plano prevê a construção de um anel rodoviário utilizando trecho da PB-011.

As intervenções em sistema viário têm como objetivo garantir a segurança e conectar a malha viária, assim como implantar estratégias de redução dos congestionamentos e de organização dos estacionamentos. Entre as principais propostas do Plano estão a complementação de articulação regional e perimetral. O primeiro caso inclui projetos como a ligação do Geisel ao Gervásio Maia e de Mangabeira ao Valentina. Já o segundo se refere a intervenções como o viaduto da Saffa S. Abel da Cunha, a ligação da Epitácio Pessoa com a Rui Carneiro e novas ligações da UFPB com Altiplano, Bancários e a Torre (ponte estaiada).

Participação popular – A construção do Plano de Mobilidade se deu em várias etapas, com ampla participação popular. O processo contou com diversas reuniões setoriais, audiências públicas e workshops onde a população, a sociedade civil organizada, universidades e gestões puderam participar ativamente. Foi realizada ainda uma pesquisa de origem e destino na qual foram ouvidas mais de 50 mil pessoas da Região Metropolitana para conhecer os hábitos da população e um estudo de campo, ambos fundamentais para basear algumas das propostas.

O Planmob prevê ainda uma série de diretrizes para ampliar a conectividade da malha viária para reduzir congestionamentos, garantir a segurança viária, criar regulamentação sobre a circulação e operação dos transportes de carga, criar estacionamentos mais modernos e acessíveis com vagas públicos e consolidar a regulamentação de polos geradores de viagens, além de ampliar a participação da sociedade no planejamento da mobilidade , promover políticas intersetoriais e a integração das diversas esferas de governo.

 

Imagem reprodução – Foto: Secom-JP

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