CR de Psicologia repudia ação de vereadora Eliza, que disse ter oferecido arma para amigo depressivo se suicidar

O Conselho Regional de Psicologia emitiu uma nota de repúdio às declarações da vereadora de João Pessoa, Eliza Virgínia (PP) que foram ao ar durante uma entrevista à Arapuan FM no dia 10 de Outubro (Dia Mundial da Saúde Mental). Ela comentou que chegou a oferecer uma arma para um amigo que estava com depressão e tinha pensamentos suicidas. O amigo teria por meio de uma ligação pedido ajuda a ela, ao desabafar que queria se matar e ela respondeu: “‘Quer se matar? Eu lhe dou a arma”. Dei uma bronca tão grande nele que a depressão se curou rapidinho.”

O Conselho repudiou as declarações classificando a parlamentar como negligente. Na nota, o CRP alega ainda que a fala de Eliza “desrespeita o sofrimento humano e pode ter implicações graves nos já elevados índices de tentativas de suicídio na nossa sociedade”.

Confira nota na íntegra:

Nota de Repúdio

CRP 13 – IX Plenário

O Conselho Regional de Psicologia, Décima Terceira Região/CRP13, através do seu IX Plenário, Gestão Compromisso com a Psicologia, vem democraticamente a público, repudiar e contraditar as alegações proferidas pela vereadora do Partido Progressista/PB, Eliza Virgínia, no dia 10 de Outubro de 2019 (Dia Mundial da Saúde Mental), em entrevista à emissora Arapuan FM.

Matéria publicada no site https://paraibaja.com.br/, sobre a referida entrevista, sob o título “Eliza Virgínia ofereceu arma para amigo com depressão se suicidar; Código Penal aponta crime”, evidencia a negligência da vereadora ao abordar sobre depressão, saúde mental e suicídio, subestimando o processo de adoecimento, a necessidade de empatia e de cuidados especiais a pessoas em condição de sofrimento mental e com ideação suicida.

Enquanto Conselho Regional de Psicologia, primamos pelo bem estar e saúde das pessoas, tendo como base os princípios éticos da profissão e a Declaração Universal dos Direitos Humanos.

Considerando o fundamento básico da Psicologia de promover a saúde e a qualidade de vida das pessoas e das coletividades, e não o incentivo a auto eliminação;

Considerando a vereadora em questão ser pessoa pública eleita pelo povo e, portanto, representante deste;

Considerando a popularidade da emissora e o possível impacto das informações na sociedade;

Reiteramos o compromisso social da Psicologia, enquanto profissão da saúde, para primar pela vida e pelo cuidado e integridade do ser humano por meio de intervenções pautadas em critérios científicos.

E REPUDIAMOS as referidas declarações da representante do povo, Vereadora Eliza Virgínia, as quais desrespeitam o sofrimento humano e podem ter implicações graves nos já elevados índices de tentativas de suicídio na nossa sociedade.

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